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  O que é Chess ou Xadrez?

   O xadrez é um jogo de tabuleiro para dois jogadores, jogado em um tabuleiro de xadrez, num tabuleiro quadrado, xadrez com 64 casas dispostas em uma grade de oito por oito anos. Cada jogador começa o jogo com dezesseis peças: um rei, uma rainha, duas torres, dois cavalos, dois bispos, e oito peões. O objeto do jogo é dar xeque-mate ao rei adversário, em que o rei está sob ataque imediato (em "check") e não há maneira de remover ou defendê-la do ataque na jogada seguinte. forma atual do jogo surgiu na Europa durante a segunda metade do século 15, uma evolução de um antigo jogo indiano, Shatranj. Os teóricos têm desenvolvido estratégias e táticas de xadrez extensa desde o início do jogo. Os computadores têm sido usados por muitos anos para criar programas para jogar xadrez, e suas habilidades e conhecimentos que contribuíram significativamente para a teoria do xadrez moderno. Um deles, o Deep Blue, foi a primeira máquina a bater um campeão mundial de xadrez quando derrotou Garry Kasparov em 1997.
     Organizado xadrez competitivo começou durante o século 16. O oficial do primeiro campeão mundial de xadrez, Wilhelm Steinitz, alegou que seu título em 1886, o atual campeão mundial Viswanathan Anand é da Índia. Além do Campeonato Mundial, há o Women's World Championship, o Campeonato Mundial Junior, o World Senior Championship, o Campeonato Mundial de Xadrez por Correspondência, a World Computer Chess Championship, e Blitz e Rapid Campeonatos do Mundo (ver xadrez rápido). A Olimpíada de Xadrez é uma competição popular entre equipes de diferentes países. Online xadrez abriu concurso amador e profissional de um grupo amplo e variado de jogadores. O xadrez é um esporte reconhecido do Comitê Olímpico Internacional, e da competição internacional de xadrez é sancionada pela FIDE. O xadrez é um dos jogos mais populares do mundo, jogado por milhões de pessoas no mundo inteiro em casa, nos clubes, em linha, e por correspondência, em torneios. Algumas outras formas populares de xadrez são de xadrez rápido e xadrez. Existem muitas variantes de xadrez que têm regras diferentes, diferentes peças e placas diferentes. Essas variantes incluem xadrez às cegas e Fischer Chess/Chess960 aleatórios.

História  do chess Xadrez 
            A origem do xadrez é certamente o maior mistério existente no mundo. Infelizmente os historiadores não conseguem chegar a um consenso sobre o lugar de onde se originara o xadrez. O documento mais antigo é provavelmente a pintura mural da câmara mortuária de Mera, em Sakarah (nos arredores de Gizé, no Egito). Ao que parece, essa pintura, representa duas pessoas jogando xadrez e data de aproximadamente 3 000 anos antes da era cristã.
           Hoje a teoria mais aceita é que ele se originou na Índia por volta do século VI d.C. Era conhecido como "o jogo do exército" ou "Chaturanga" e podia ser jogado com dois ou mais jogadores. Graças as viagens dos mercadores e dos comerciantes o jogo se espalhou para leste (China) e oeste (Pérsia). Mais adiante os árabes estudaram profundamente o jogo e se deram conta que ele estava bastante relacionado com a matemática, escreveram vários tratados sobre isto e aparentemente foram os primeiros a formalizar e escrever suas regras.
           A primeira menção do xadrez está em um poema Persa em qual menciona que a vinda do jogo foi na Índia. O xadrez emigrou para a Pérsia (atual Irã) durante o reinado de Chosroe-I Annshiravan (531-579) e é descrito em um manuscrito persa daquele período. Este texto explica a terminologia, nomes e funções das peças com certo detalhe.
           O xadrez também é mencionado na poesia épica de Firdousi (940-1021), Schanamekh - O livro dos reis, no qual ele menciona presentes que são dados por uma caravana do Rajah da Índia na corte do rei Persa Chosroe-I. Entre esses presentes, se encontrava um jogo que simulava uma batalha entre dois exércitos. Registros mostram que havia originalmente quatro tipos de peças usadas no xadrez. O Shatrang (sânscrito Hindú) significa "quatro" e anga significa "lados".
            Na dinastia Sassanid (242-651 d.C.) um livro foi escrito no idioma Médio Persa Pahlavi chamado "Chatrang namakwor" (Um manual de xadrez). O shatrang (xadrez) representa o universo de acordo com o antigo misticismo Hindú. Os quatro lados representam os quatro elementos (fogo, ar, terra e água) e as quatro virtudes do homem. Embora os nomes das peças sejam diferentes em vários países hoje, seus movimentos são surpreendentemente parecidos. Na Pérsia, a palavra "Shatrang" se usou para nomear o mesmo xadrez.
           Por volta do ano 651 d.C., com a conquista da Pérsia, os árabes adotam este jogo, valorizando-o e difundindo-o por todo o Norte da África, assim como por todos os reinos europeus dominados nos séculos seguintes, em particular para a Espanha (onde recebe, sucessivamente, os nome de: Acedrex, Axedres, Axedrez, Ajedrez), Portugal (Xadrez), a Sicília (Scachi Scacchi), a costa francesa do Mediterrâneo (Eschec, Eschecz, Eschecs, Échecs) e a Catalunha (Escacs, Eschacs, Scacs, Schacs, Eschacos, Schachos).
    Os mais antigos manuscritos consagrados inteiramente ao xadrez, denominados Mansubas, aparecem em Bagdá, durante a Idade de Ouro Árabe. Não tendo em sua língua nem o som inicial nem o som final da palavra Chatrang, eles a modificam para Shatranj. Aproximadamente em 840, Al Adli, melhor jogador do seu tempo, publica um manuscrito Livro do xadrez (este original foi perdido).
           No início do século IX o califa de Bagdá Haroun-al-Rachid (766-809) oferece a Carlos Magno (768-814) um jogo em mármore, hoje desaparecido. Conservam-se, no entanto, na Biblioteca Nacional de Paris, algumas peças denominadas Charlemagne.
    Por volta do século IX o xadrez foi introduzido na Europa por duas vias distintas: segundo uns pela invasão muçulmana da Península Ibérica, e segundo outros, durante o confronto Ocidente-Oriente na Primeira Cruzada. No século XI já era amplamente conhecido no velho mundo.
           Uma outra versão bastante aceita para a origem é de que ele tenha se originado na China em 204-203 a.C. por Han Xin, um líder militar, para dar às suas tropas algo para fazer no acampamento de inverno. Um jogo conhecido como "go" que tem um rio, um canhão, um cavalo, uma torre, um rei, um peão e um bispo, sendo que estas quatro últimas peças localizam-se na mesma posição do xadrez ocidental. As peças tem inscrições em caracteres chineses e são colocadas em "pontos". Há duas referências do xadrez na literatura antiga chinesa. A primeira foi de uma coleção de poemas conhecida como "Chu chi". O autor chamava-se Chii Yuan. A segunda é de um famoso livro de filosofia conhecido como "Shuo Yuan" que citava Chu Chi.
            Mas existem vários tipos de xadrez: xadrez ocidental, xadrez chinês, xadrez japonês (shogi), xadrez coreano, xadrez burmês, xadrez cambojano, xadrez tailândes, xadrez malaio, xadrez indonésio, xadrez turco e possivelmente até xadrez etíope. Todos tem em comum certos aspectos como: o objetivo é dar xeque-mate ao rei, todos tem o rei no centro, uma torre no canto, um cavalo próximo a ela e peões em frente, e os movimentos dessas peças é idêntico ou quase idêntico ao do xadrez ocidental.
    Falar afirmativamente sobre o xadrez ter se originado em tal época e em tal lugar de tal maneria pode ser uma coisa muita mais séria do que se imagina, pois existem muitas pessoas que defendem com todas as forças que a origem do xadrez foi na Índia, enquanto alguns outros afirmam com toda certeza que ele surgiu na China muito antes do que na Índia. Infelizmente não chegamos a um acordo sobre tudo isso, pois a origem do xadrez já foi atribuída até ao rei Arthur, ao rei Salomão, aos sábios mandarins contemporâneos de Confúcio, aos Egípcios e aos Gregos, no cerco à Tróia, para distrair os soldados. O correto é que tenha se originado de onde for o xadrez é um do jogos mais prestigiados do mundo, sendo tratado muitas vezes como arte ou ciência.
            As regras e os movimentos das peças sofreram alterações ao longo do tempo, mas ultimamente as regras são as mesmas desde o século XV.
    Na Idade Média, o "jogo dos reis" adquire, rapidamente, o status de passatempo favorito da sociedade aristocrática européia, sendo proibida a sua prática entre os pobres. Recomenda-se começar sua aprendizagem aos seis anos de idade. As mulheres nobres não hesitam em sentar-se em frente do tabuleiro, mostrando-se, inclusive, tão hábeis quanto os homens. Estes, só têm o direito de entrar em um aposento feminino com o objetivo explícito de jogar xadrez.
             No século XIII as casas do tabuleiro passaram a ser dividas em duas cores para facilitar a visualização dos enxadristas. O duplo avanço do peão em sua primeira jogada surgiu em 1283, em um manuscrito europeu.
    Mas uma das principais alterações aconteceu aproximadamente em 1485, na renascença italiana, surgindo o xadrez da “rainha enlouquecida”. Até esta época não existia ainda a peça rainha, e em seu lugar havia uma chamada Ferz, que era uma espécie de Ministro. Ele, que só podia deslocar-se uma casa por vez pelas diagonais, transformou-se em Dama (Rainha) ganhando o poder de mover-se para todas as direções.
            A transformação de uma peça masculina em Rainha pode ser considerada como um indício da crescente valorização da mulher durante o período medieval, mas também como metáfora de uma sociedade dominada por um casal monárquico. Porém, para o psicanalista Isador Coriat é possível que esta metamorfose tenha sido motivada por uma tendência a identificar-se inconscientemente o xadrez com a estrutura do complexo de Édipo, o Rei simbolizando o pai e a Rainha a mãe.
            Por volta de 1561 o padre espanhol Ruy Lopez de Segura, que foi o melhor jogador deste período, propôs a utilização do roque. Esta alteração será aceita na Inglaterra, França e Alemanha somente 70 anos depois. O movimento En Passant já era usado em 1560 por Ruy Lopez, embora não se conheça seu criador.
            Em vinte anos as inovações espalham-se e as duas modalidades de xadrez coexistem por toda a Europa. A nova maneira de jogar imprime um maior dinamismo às partidas, devido à grande riqueza combinatória que ela proporciona, e o antigo xadrez é, rapidamente, relegado ao esquecimento.
            A origem do xadrez é controversa e ainda motivo de debate entre os historiadores do enxadrismo, do qual a teoria mais difundida é que tenha sido criado na Índia, durante a dinastia gupta por volta do século VI. Esta teoria é fundamentada nos primeiros registros literários persas e análise da etimologia das palavras empregadas no jogo e sua evolução conjunta com o xadrez.
    Entretanto, teorias alternativas propõem que o xadrez tenha sido criado num período anterior em diferentes localidades como China, Irão e Afeganistão. Estas versões alternativas exploram evidências arqueológicas, militares, literárias e recursos da filogenética em contra-posição a teoria indiana. As similaridades entre o chaturanga e o Xiangqi, considerado a versão chinesa do xadrez, são exploradas indicando que estes jogos poderiam ter se influenciado através do contato entre as civilizações através da roda da seda, assimilando alguns aspectos de suas regras e formando versões híbridas, o que poderia remontar a Grécia antiga e a conquista de Alexandre, o Grande sobre a Ásia menor no século III a.C.
          Existe a perspectiva que no futuro uma nova análise das literaturas existentes e a descoberta de mais artefatos arqueológicos na Índia e China possibilitem esclarecer em definitivo a origem do xadrez e sua evolução.

     Criação na Índia

           O primeiro precursor do xadrez moderno é o jogo chamado chaturanga, que surgiu na Índia por volta  do século VI e é o jogo mais antigo que tem dois detalhes essenciais encontrados em todas as outras versões posteriores do xadrez - peças com movimentos diferentes e a vitória dependendo do destino de uma única peça, o Rei moderno.
            O chaturanga era praticado no tabuleiro do Ashtāpada que era um tipo de jogo de corrida que utilizava dados, sendo o tabuleiro monocromático com oito colunas por oito fileiras. Outros tabuleiros indianos incluiam o Dasapada com 10x10 e o Saturankam com 9x9.]
    Uma das lendas a respeito da origem indiana do xadrez, conta no poema persa Chatrang nâmag e no livro persa Shāh-nāmeh relata que um Rajá indiano enviou seu vizir Tâtarîtos a corte de Cosroes I Anôšag-ruwân (o de alma imortal), Xá da Pérsia, com muitos presentes que incluíam dezesseis esmeraldas e rubis, noventa elefantes e mil e duzentos camelos carregados com ouro, prata, jóias, pérolas e roupas. Os presentes acompanhavam o seguinte desafio: "Como se nomeia o Rei dos Reis, isto significa que seus sábios devem ser mais sábios que os nossos. Ou desvendas o segredo deste jogo, ou paga-nos tributo." Cosroes pediu por quatro dias para resolver o enigma das regras do chaturanga, do qual um de seus sábios teve êxito em decifrar no tempo previsto.
           O livro Shāh-nāmeh descreve ainda mais duas lendas a respeito da origem do xadrez. A primeira conta a história do brâmane Sissa ibn Dahir que criou o jogo a pedido de um rajá indiano e como recompensa pedira um grão de trigo na primeira cada casa do tabuleiro, dobrando progressivamente para cada em cada casa. A outra história conta que o jogo foi inventado a pedido da mãe do Rei Gav, de modo a provar que este não havia provocado a morte do irmão Talhend durante uma batalha sendo esta recosntituída sobre o tabuleiro. A história termina com uma imagem da mãe em luto, atormentada em angústia, jogando xadrez pelos restos de seus dias.

     A chegada do Chaturanga a Pérsia antiga

           O poema Mâdayân î chatrang ou simplesmente Chatrang nâmag é a primeira evidência literária que descreve as peças de xadrez e a chegada do chaturanga na Pérsia, embora a datação do texto seja controversa, do qual historiadores estimam ser do século VII a IX.
    Por volta do século VII outro poema , Xusraw Kawadan ud redag (Cosroes, filho de Kavadh I, e seu chamado) escrito na língua pahlavi, menciona o chaturanga, Ashtāpada e o nard, antecessor do gamão. Cosroes foi o xá da Pérsia de 531 a 579 e entre as probabilidades existentes, foi o primeiro a receber um conjunto de peças de xadrez da Índia.
             Os vestígios arqueológicos de peças de xadrez mais antigas sob domínio persa são um conjunto de sete pequenas figuram em marfim sendo dois soldados, um cavaleiro, um elefante montado e uma espécie de felino também montado e também duas diferentes bigas. Estas peças foram encontradas no sítio arqueológico de Afrasiab, perto da cidade de Samarcanda no Uzbequistão em 1977 e foram datas como sendo provavelmente do século VII. 
          As primeiras adaptações ao chaturanga foram a tradução do jogo que passou a se chamar Chatrang e das peças que mantiveram o significado indiano de representar no jogo os quatro componentes do exército na época:bigas, cavalaria, elefantes montados e soldados além do soberano e seu conselheiro. Os persas também introduziram expressões no jogo como Shāh, atual xeque, utilizado ao ameaçar o Rei adversário, Shāh-matxeque-mate que o Rei foi emboscado, capturado ou morto, o que indica o término da partida  e Shāh-rukh que indica uma ameaça dupla ao rei e a Torre, que até então era a peça mais forte. 

    Os árabes conquistam a Pérsia

           Quando os árabes dominaram a Pérsia em 651 o profeta Maomé já havia falecido, o que provocou um longo debate entre os teólogos islâmicos sobre a legalidade da prática do jogo, que por fim permitiram suas práticas sob determinadas condições que incluia não ser apostado, não levar a disputas ou linguajar impróprio. 
          O jogo tornou-se popular entre califas, como Harun al-Rashid, que patronavam os melhores jogadores de sua corte e no final do século IX já era amplamente aceito e difundido no mundo árabe sendo levado para o norte da África, Sicília e Península Ibérica. Surgiram então os primeiros grandes jogadores, notáveis em suas épocas, pela capacidade de jogar mesmo dando vantagens de peões até torres para seus adversários. Al-Adli, Al-Razi e Al-Suli foram os grandes nomes deste período, tendo-se destacado tanto no xadrez como nas artes e ciências.  
           Os árabes, através dos estudos de Al-Suli, foram os primeiros a analisar aberturas e finais, criando inúmeros problemas denominados mansūbāt que utilizavam as regras e peças do Shatranj, versão arabizada do Chatrang persa. Desde período, também é a primeira referência a uma partida de xadrez às cegas, relatado por Al-Safadi num manuscrito árabe do século XIV.
           O papel dos árabes foi especialmente importante no desenvolvimento da estratégia e do conceito de tempo no enxadrismo, através de um método científico que foi popularizado junto com o jogo. 
    Chegada à Europa
             Templários disputando uma partida de xadrez numa iluminura do Libro de los juegos (1283).

           Por volta do século X o Shatranj foi introduzido na Europa pelos árabes, através da conquista da Espanha, onde rapidamente se popularizou alcançando todo o continente europeu já no final do século XI.  As restrições religiosas a prática do xadrez continuaram, apesar de continuarem a serem desobedecidas tanto pela corte européia quanto pelo clero. O primeiro registro literário em solo Europeu, o poema Versus de Scachis encontrado num monastério na suíço, descreve o movimento das peças de xadrez e as regras do jogo e o tabuleiro com o padrão dicromático empregado atualmente. As regras descritas ainda são as mesmas do Shatranj, entretanto este poema faz primeira menção à dama (Regina, em latim), embora ainda com os mesmos movimentos do fers e regras diferentes para a promoção do peão que impediam duas     Damas sobre o tabuleiro, visando manter a monogamia real. 
           Rei europeu disputando uma partida de xadrez numa iluminura do Liber de Moribus, (aprox. 1300).
           Assim como entre os teólogos islâmicos, a prática do xadrez foi discutida entre os teólogos católicos e proibida apesar das divergências da interpretação da lei canônica. Uma carta entre Pedro Damião, Bispo de Óstia em aproximadamente 1061, para o Papa eleito Alexandre II discutia o assunto. Até aproximadamente o século XIV, a prática do xadrez foi proibida em várias ocasiões em diferentes países (França, Rússia, Inglaterra e Alemanha) e religiões (Igreja Ortodoxa , judaísmo  e catolicismo ).
           Lentamente, o jogo começou a ser aceito pela nobreza, sendo considerado um entretenimento apropriado para cavaleiros, soldados, cruzados, menestréis: Era permitido também que um homem visitasse o quarto de uma Dama com a intenção de jogar xadrez.  
    Por volta de 1250 surgiram os primeiros sermões que utilizavam o xadrez como uma metáfora para o ensino de ética e moral. Estes trabalhos eram denominados moralidades e se tornaram muito populares na época. A primeira obra do gênero foi Quaedam moralitas de scaccario per Innocentium papum (a Moralidade Inocente), de autoria atribuída ao Papa Inocêncio III (1163-1216), um prolífico escritor de sermões e posteriormente a um frei franciscano chamado John of Wales (1220-1290).   Na segunda metade do século XIII, o monge Jacobus de Cessolis, publicou os sermões Liber de Moribus Hominum et Officiis Nobilium Sive Super Ludo Scacchorum (Livro de costumes dos homens e deveres dos nobres ou o livro de xadrez), um trabalho que se tornou muito popular sendo traduzido para várias linguas e a base do livro The Game and Playe of the Chesse, um dos primeiros livros impressos na língua inglesa.[
           Por volta do final do século XV o jogo sofreu a principal alteração de sua história, com a substituição dos lentos Fers e Fil pela Dama e Bispo, respectivamente. Esta nova versão do jogo surgiu no sul da Europa e rapidamente se popularizou pelo continente, tornando obsoleto todo o conhecimento adquirido previamente sobre a teoria de aberturas e finais em virtude da grande mobilidade das novas peças. Surgiram então as primeiras análises e livros contemplando novas regras de Luis Ramirez de Lucena em Repetición de Amores y Arte de Axedrez (1497), Damiano em Questo Libro e da Imparare Giocare a Scachi (1512) e Ruy López de Segura em Libro de la Invención Liberal y Arte del Juego del Axedrez e primeiro a formalizar as regras do roque num único movimento  e a captura en passant .    Outros nomes surgiram como Paolo Boi, Polerio e Greco que eram patronados em diferentes cortes, produzindo uma grande variedade de manuscritos com novas teorias em aberturas. (1527), sendo este último o mais forte jogador da época

     Expansão pela Ásia

           A análise etimológica das peças de xadrez indica que o xadrez foi introduzido na Rússia a partir do Chatrang, de origem persa. Enquanto na Europa a figura do fers já havia sido transformada na Rainha a peça permanecia masculinizada na Rússia como ferz, e o Bispo e a Torre figurados como um elefante e um barco, respectivamente. As evidências arqueológicas mais importantes foram escavadas na cidade de Novgorod, indicando que o jogo foi introduzido por volta do século IX. 
            Quando os europeus tiveram contato com a cultura russa, o jogo já estava plenamente estabelecido e a versão européia das regras lentamente substituiu as regras do Chatrang, embora ainda no século XVIII algumas tribos no extremo oriente fizessem uso das regras antigas. Assim como no Europa, a monarquia também demonstrava interesse pelo jogo, patronando os melhores jogadores. Os czares Ivã IV da Rússia, Catarina, a Grande e Pedro I da Rússia estão entre os monarcas que demonstraram tal interesse.

     As escolas de pensamento do xadrez
          Gravura de Philidor em L’analyze des échecs. Londres, segunda edição, 1777.

          Em 1749 Philidor publicou seu livro L'analyze des éches discutindo em detalhes a estratégia como um todo e a importância da estrutura de peões no jogo como um fator posicional. Seu livro incluia catorze partidas fictícias e várias anotações de meio jogo discutindo características como peões isolados, dobrados, atrasados, passados e ilha de peões. Philidor foi o melhor enxadrista de seu tempo e seu livro uma obra de referência do xadrez moderno por mais de um século, sendo traduzido para vários idiomas e suas idéias a base da primeira escola de pensamento do xadrez, a Escola de Philidor. Apesar disto, a escola italiana desenvolvida por Ponziani, Lolli e Del Rio por volta de 1750 que em oposição a Philidor preconizavam um desenvolvimento rápido das peças e o ataque direto sobre o Rei adversário, dominaram o desenvolvimento da teoria até o final da década de 1840. 
    Neste mesmo período, surgiram em Londres e Paris as primeiras cafeterias que popularizaram a prática do jogo. O Slaughter's em Londres e o Café de la Régence em Paris presenciaram os primeiros confrontos entre os melhores jogadores do período como Stamma, Kermeur e Philidor.  Já no início do século XVIII, surgiram os primeiros estabelecimentos voltados exclusivamente para a prática do xadrez, os clubes de xadrez em Londres, Praga, Viena e Paris. Isto aumentou a necessidade de formalização das regras, visando a realização de torneios nas agremiações e a partir de 1803 os clubes começaram a publicar seus conjuntos de regras. Por volta da década de 1840, o centro do xadrez europeu ainda era na França, que detinha os melhores jogadores da época como Bourdonnais e Saint-Amant porém, após a vitória de Staunton sobre o último a Inglaterra ascendeu como centro mundial do xadrez iniciando a escola de pensamento inglesa.  Lasa, Staunton e Jaenisch (de modo independente) publicaram os primeiros livros de regras para o xadrez no final deste período, que foram a base competições subsequentes. Lasa foi co-autor do Handbuch des Schachspiels (1843) utilizado na lingua alemã e Staunton publicou o livro Chess Praxis (1860). 
    Nascimento do esporte

        Em 1851, foi disputado em Londres o primeiro internacional, vencido por Adolf Anderssen.  A partir de então vários torneios são realizados nas principais cidades da Europa como Londres (1862), Paris (1867) , Baden-Baden (1870) , Viena (1873)   Berlim (1881) e Hastings (1895) . Neste período surgiram também os primeiros enxadristas profissionais, primeiro em Londres principal centro do xadrez na época, e depois em outras cidades. Inicialmente, estes jogadores disputavam partidas em seus clubes, muitas vezes em simultâneas e às cegas, cobrando pequenos valores por isso. Com os torneios se popularizando, os melhores jogadores dedicaram-se a estas competições como Joseph Henry Blackburne, Louis Paulsen, Wilhelm Steinitz, Johannes Zukertort, Cecil Valentine De Vere, Szymon Winawer, Isidor Gunsberg, Mikhail Chigorin e Samuel Rosenthal e Johannes Minckwitz.

          Em 1886 foi disputado entre Steinitz e Zukertort a primeira disputa oficial pelo título de campeão mundial, apesar do termo já ter sido empregado anteriormente.  Steinitz, o melhor jogador da época, venceu a disputa e manteve o título até 1894 quando foi derrotado por Emanuel Lasker. Surgem então novos jogadores, além de Lasker, que utilizavam um estilo de jogo mais posicional, conhecido como escola moderna do xadrez, com nomes como Siegbert Tarrasch, Frank Marshall, Dawid Janowski, Carl Schlechter, Akiba Rubinstein, Harry Nelson Pillsbury e Géza Maróczy. Apesar dos primeiros conceitos da escola ortodoxa terem sido propostos por Steinitz, considerado fundador desta escola de pensamento, somente esta geração de jogadores reconheceu os trabalhos de Steinitz devidamente, do qual Lasker afirmou:"...And I who vanquished him must see to it that his great achievement, his theories should find justice, and I must avenge the wrongs he suffered." (E eu que o derrotei devo ver suas grandes conquistas, suas teorias devem encontrar justiça, e devo vingar as injustiças que sofreu). Surge então o prodígio cubano José Raúl Capablanca que conquista o título mundial de Lasker em 1921, pondo um fim no domínio germânico de jogadores europeus. Capablanca, manteve uma invencibilidade de oito anos em competições sendo considerado ídolo do esporte e derrotado somente em 1927 

    Surgimento da FIDE

           A partir do torneio de São Petersburgo de 1914, cresceram as iniciativas para a criação de uma entidade reguladora para o esporte, que culminou com a criação da FIDE em 1924. O primeiro evento organizado pela entidade foram as Olimpíadas de Xadrez, vencida pela equipe húngara, e o Campeonato Mundial Feminino de Xadrez vencido por Vera Menchik, realizados em Londres no ano de 1927.

         Os congressos da FIDE de 1925 e 1926 já manifestavam o interesse de organizar também o mundial masculino, porém o fundo de premiação de $10000 dólares exigido por Capablanca era considerado impraticável pela entidade que decidiu criar um título em paralelo de "Campeão da FIDE" em 1928. Bogoljubow venceu a disputa contra Euwe, entretanto este título foi praticamente esquecido após a derrota de Bogoljubow no mundial de 1929 contra Alekhine, então campeão mundial após ter derrotado Capablanca no ano de 1927. Alekhine concordava em disputar o título sob organização da FIDE, exceto contra Capablanca onde exigia as mesmas condições da partida realizada em 1927.

         Após a Segunda Guerra Mundial, a FIDE reiniciou suas atividades interrompidas pelo conflito para a organização do mundial de 1946. Entretanto Alekhine faleceu antes da competição deixando o título vago. No congresso da entidade de 1947 foram então decididos os participantes de um torneio que apontaria o novo campeão mundial. Pela primeira vez contando com o apoio da recém filiada federação soviética, a FIDE indica Paul Keres, Reuben Fine, Mikhail Botvinnik, Samuel Reshevsky, Vasily Smyslov e Max Euwe para a disputa de um torneio a ser realizado no ano seguinte.

         Botvinnik venceu o torneio, dando início a uma era de domínio soviético de campeões mundiais que seguiu com Smyslov, Mikhail Tal, Tigran Petrosian, Boris Spassky, Anatoly Karpov e Garry Kasparov até a década de 1990.[carece de fontes?] Este domínio foi apenas interrompido entre 1972 e 1975 quando o prodígio estadunidense Bobby Fischer se tornou campeão mundial ao derrotar Spassky no ano 1972. Logo após Fischer se tornar campeão, abandonou o xadrez profissional não enfrentando o desafiante Karpov no ano de 1975.

        No campeonato mundial feminino, o domínio soviético de campeãs também foi duradouro. Após a morte de Menchik em 1944, a FIDE organizou um mundial em 1950, vencido por Lyudmila Rudenko. Elizaveta Bykova, Olga Rubtsova, Nona Gaprindashvili e Maia Chiburdanidze, todas soviéticas, foram as campeãs seguintes num domínio que durou até 1990.

    Possíveis origens

        Na história dos jogos de tabuleiro, o xadrez tem uma das origens mais controversas, podendo ser derivado de jogos encontrados na Índia, no Egito, na Assíria, na Pérsia (atual Irã), na China, na Grécia, na Arábia, na Irlanda e no Uzbequistão

         Apesar de vários países afirmarem terem inventado alguma forma primitiva de xadrez, uma das versões mais aceitas é que o jogo teria se originado na Índia. Uma das evidências seria que os nomes árabe , persa , grego, português e Espanhol  para xadrez, são todos derivados do Sânscrito चतुरंग, Chaturanga

         Além disso, apenas a versão indiana contém todos os três animais: cavalo, elefante e camelo, que representam respectivamente o cavalo, o bispo e a torre no xadrez. A versão atual jogada em todo mundo e, em última análise, baseada em uma versão do Chaturanga que era jogado na Índia no século VI.

         Acredita-se que os persas teriam criado uma versão mais similar ao xadrez, o Chatrang ou Shatranj .

         Outra explicação, apoiada por Joseph Needham e David H. Li, é que o xadrez seria derivado de um jogo similar chinês, o Xiangqi (conhecido no ocidente como xadrez chinês), ou a um predecessor desse, que já existiria desde o século II A.C. Mas , a decisão não foi tomada para decidir quem criou o Xadrez, mas, possivelmente, a maior chance é que o Xadrez tenha sido criado na Pérsia (atual Irã) e que o Xadrez da China seja só uma das evoluções do jogo .

     O xadrez moderno

        Já o xadrez moderno foi basicamente criado a partir do século XV e finalizado, a menos das regras de empate, no século XIX.

         O xadrez moderno, considerado entre os finais do século XVIII e a atualidade, é marcado pela sistematização de conceitos estratégicos como a prevenção, bloqueio, a superprotecção e a ocupação do centro do tabuleiro, por peças e não peões. Aaron Nimzowitsch foi considerado o pai desta nova escola "Hiper-moderna".

      Campeão mundial

         Em 2007, na Cidade do México, o título de campeão mundial foi entregue ao indiano Anand. foi realizado mais um canpeonato de xadrez feminino , e mesmo assim nao ouve um canpeaõ em 2008 .

      Os computadores

          Ao longo do tempo, o duelo entre as máquinas e o homem foi-se acentuando. O xadrez não é exceção. Em 1997, Gary Kasparov defrontou Deep Blue, um programa totalmente computadorizado, perdendo o encontro, fato este que viria a marcar a forma de encarar os computadores neste desporto. Desde então sucedem-se as vitórias dos computadores sobre os seus criadores. Hoje, muitos sites oferecem xadrez on-line, onde é possível jogar com pessoas de outro lugar, pode não ser da mesma cidade, do mesmo estado, até mesmo não ser do mesmo país.

    Fonte:http://en.wikipedia.org/wiki/Chess

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